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O Consultor de Segurança na ordem social de um condomínio


A tônica da Educação agora é enfatizar os direitos humanos, a liberdade de expressão e reprimir toda e qualquer idéia de preconceito e de exclusão. 
Só na teoria, pois, na prática, a humanidade, desde que se conhecem alguns fragmentos de sua História, é elitista, preconceituosa e excludente, características que explicam as guerras, os diferentes regimes políticos e os tirânicos.
Sempre houve, para o ser humano, pessoas afins, indiferentes (em pequeno número) e opostos. 
E a tendência é que os afins formem uma comunidade, na qual os opostos não são aceitos. Assim se formavam as tribos, os clãs e as urbes primitivas, onde habitavam os cidadãos daquela comunidade.
Atualmente a necessidade de obter refúgio ante as mais diversas ameaças à integridade e ao patrimônio, e a necessidade de oferecer acomodação para a crescente população urbana(decorrente de escassez de uso de mão de obra no meio rural) forçou o estabelecimento de comunidades onde a única afinidade imperante (quando isso não se constitui agravante de conflitos) é a condição social de seus membros.
Membros que não são admitidos. São impostos à comunidade, pela aquisição de quotas da propriedade ou, em outros casos, por sorteio entre inscritos em plano de habitação.
E a adequação de idéias, de ideais, de pensamentos (conseqüentemente da noção de “certo” e “errado”) é o maior desafio à boa convivência e à segurança dos integrantes dessas comunidades: os condomínios.
Quando se pode selecionar quem será admitido a uma comunidade, verifica-se, principalmente as afinidades, para evitar conflitos que poderiam tornar tal comunidade inviável.
Quando os membros admitidos são impostos, não importa por qual razão, sua absorção se torna mais dependente da cooperação mútua entre os admitidos e os antigos componentes daquela comunidade.
Nessa adaptação se torna imperiosa a busca pelo bem estar coletivo, o respeito pelas finalidades da comunidade e a aceitação das diferenças pessoais em prol do bem comum.
Em uma comunidade empresarial isso é forçado pela necessidade de trabalho e de se prover o sustento. 
Em uma comunidade escolar é comum que se destaquem os melhores alunos e sejam olvidados os desinteressados. Raros educadores, que primam pelo bom nome de sua escola, se preocupam com os de mais difícil aprendizado.
Em uma comunidade social ou religiosa é normal que tenha os mais dedicados (muitas vezes acusados de formarem uma oligarquia) e os desinteressados, cuja maior contribuição é a composição de dados estatísticos.
Só que, em um condomínio não convém que seja assim. Ainda que se destaquem alguns mais interessados, nas atividades administrativas, formando comissões, isso não pode ocorrer no que tange à segurança e à convivência. Uma convivência conflitante é uma porta escancarada para atos inseguros. É um dos maiores riscos que uma coletividade pode enfrentar, pois dá possibilidade de ocorrências de crises de origem interna.
Três quartos das crises que afetam a segurança em condomínio são de origem interna. Essa proporção quase passa desapercebida, pois é desinteressante aos administradores admiti-la, já que isso iria agravar ainda mais o sentimento de insegurança na coletividade. O conhecimento de condutas conflitantes de moradores induz a que se tome partido, de um ou do outro, o que dificulta ainda mais a convivência.
Só que o ressentimento é como uma raiz de uma planta. Enquanto tenro, se retira com facilidade. Se durar, vai se fortalecendo, até que provoque rachaduras nas estruturas onde está inserido. E esses consertos, além de meros paliativos, deixam marcas indeléveis.
Aí é que entra o trabalho de Consultores e Assessores. Um membro da comunidade muitas vezes se cala por temer represálias, ou para tentar ser imparcial. Se tiver o dom de ser apaziguador e conselheiro, pode obter sucesso sozinho, mas esse tipo de pessoa é raro de se encontrar. Um Consultor, não residente no Condomínio, consegue ser imparcial e justo, sem ter de temer as opiniões a seu respeito.

Texto escrito pelo Cap QAO R1 Josué Marcos Nascimento,
Especialista em Segurança.

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