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Dedo de silicone de R$ 50 engana leitor de impressões digitais


Basta pôr a ponta do dedo num leitor óptico para a porta do apartamento se abrir, os arquivos do computador serem acessados e o relógio de ponto da empresa ou a catraca da faculdade dispensar outro tipo de identificação.
Desde o mês passado, no entanto, a segurança dessa tecnologia, chamada de leitura biométrica, foi posta em xeque quando a médica Thauane Nunes Ferreira, 28, foi flagrada burlando-a. Ela foi presa ao marcar o ponto para colegas usando dedos de silicone num posto médico de Ferraz de Vasconcelos, na Grande SP. Até agora, sete médicos foram afastados.
 
Leitores ópticos que reconhecem impressões digitais custam em média R$ 200 nos modelos mais simples.
Um dedo de silicone pode custar um quarto disso. A reportagem testou uma prótese que custou cerca de R$ 50, cuja fabricação foi baseada em poucos materiais e na receita de um especialista.
O "dedo artesanal" foi testado com sucesso em uma catraca que utiliza a leitura de digitais para controlar o fluxo de funcionários. A prótese demorou pouco mais de duas horas para ficar pronta.
Procurados pela Folha, fabricantes da tecnologia reconhecem o problema. Klauber de Oliveira Santos, diretor de produtos da Dimep, diz que toda tecnologia para segurança está sujeita a fraudes.
 
Para ele, o custo-benefício na compra de um determinado sistema de identificação e a adequação ao local de uso são fatores determinantes para a escolha do produto. "Reconhecimento por íris é muito caro. Esse não adianta fazer um olho de vidro", diz.
O consultor em segurança empresarial Carlos Alberto Antônio Caruso também admite o problema. "É possível burlar essa tecnologia, assim como outras. Todas têm vantagens e desvantagens", diz.
Ele diz que a leitura biométrica é mais eficiente que o cartão de proximidade, normalmente usado pelas empresas.
A indústria de sistemas eletrônicos de segurança no país movimentou, em 2012, R$ 4,2 bilhões. Nos últimos dez anos, o segmento cresceu a taxas médias de 11% ao ano.
Os dados são da Abese, associação das empresas de sistemas de segurança, e inclui vários ramos do segmento, não só os dispositivos de identificação por biometria.
Para Selma Migliori, presidente da Abese, o consumidor deve estar alerta para as características do leitor. Os mais sofisticados, que fazem reconhecimento de temperatura e de variação de cor do dedo devido à pressão, podem custar até R$ 600.
 
 
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1262224-dedo-de-silicone-de-r-50-engana-leitor-de-digitais.shtml
Por: PEDRO IVO TOMÉ (COLABORAÇÃO PARA A FOLHA)

Um comentário:

  1. Toda tecnologia de segurança é uma barreira desenvolvida com a finalidade de dificultar uma ação criminosa. No entanto, todas possuem pontos fortes e fracos.
    Há medida que a ciência evolui e as empresas disponibilizam novas ferramentas, em escala proporcinal o crime também evolui, desenvolvendo técnicas e novas formas de burlar a segurança. Sendo assim, torna-se imprescindível o conhecimento técnico profundo de cada tecnologia que você utiliza e para cada ponto fraco, deve haver ação secundária a fim de compensar essa vulnerabilidade.
    Voltando ao caso do uso de dedos de silicone na biometria digital, algumas ações secundárias poderão contribuir para inibir esse delito: uso integrado de CFTv ao sistema de ponto, dupla função com cartão de proximidade, auditorias no CFTv versus registros de ponto, entre outras ações.
    Sem sombra de dúvida, todas são passíveis de fraudes, mas quando se dificulta e se fecha o cerco em cima de uma vulnerabilidade, a tendência ao crime, diminui.

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