Segurança Patrimonial é
classicamente definida como um conjunto de ações e medidas que visam garantir a
incolumidade física e moral de pessoas e bens (tangíveis ou intangíveis) de uma
empresa ou condomínio.
Com uma visão extremamente
simplista, porém lógica e objetiva, quero abordar cinco itens que devem sempre
estar presentes na prática de uma BOA SEGURANÇA:
1. INFORMAÇÃO: Conforme escrito no livro A Arte da Guerra, obra prima de Sun Tzu, “quem tem a informação, tem o poder”. Ter a
informação já é algo muito importante, mas não basta apenas ter a informação, é
necessário saber o que fazer com ela. Muitos até buscam o conhecimento, mas não
o aplicam adequadamente, alguns sequer sabem o que fazer com ele. A informação
é a base do seu planejamento estratégico. É através dela que você irá transmitir
seus métodos táticos, operacionais e retro alimentar todo o processo,
permitindo uma reavaliação constante das ações adotadas, possibilitando ajustes
e adequações sempre que necessário. Hoje, a internet torna a informação
globalizada e online, no entanto, cada vez mais se exige da habilidade de se
tratar o volume de informação a qual temos acesso. Filtrar, eliminar ruídos e separar
somente aquilo que se adéqua a sua necessidade, são ações necessárias para o
sucesso na aplicação da informação.
2. EQUIPAMENTOS: É certo que
como vimos acima, a informação te posicionará no cenário a qual seu negócio
está inserido e te ajudará a identificar seus potenciais riscos. Diante deste
levantamento, você deverá então definir que ferramentas ou equipamentos deverão
ser utilizados para reduzir suas vulnerabilidades. A escolha do equipamento
adequado será decisiva para te colocar em situação de vantagem diante das suas
ameaças. É muito comum empresas
adquirirem tecnologias sem suporte de especialista, e com isso aumenta o risco
de se adquirir um equipamento que não necessariamente será eficaz na solução de
seu problema. Conhecer as vantagens e desvantagens de cada equipamento é
primordial para a melhor aplicabilidade do conceito de segurança patrimonial.
Toda ferramenta de segurança, sem exceção, possui um ponto franco. Ao
identificá-lo se faz necessário prever outra barreira que venha suprir essa deficiência.
Somente assim, você estará dificultando ao máximo uma ação criminosa. Quero
chamar a atenção para um dos pontos mais críticos nos investimentos de
equipamentos. A manutenção. As tecnologias possuem vida útil e dependendo do
ambiente e da qualidade de sua instalação, esse tempo de duração será ainda
menor. Não é difícil de encontrar ações meramente imediatistas, ou seja, investimentos
que solucionam problemas de curto prazo, mas que depois ficam obsoletos e se
tornam verdadeiros “problemas”. Alguns inutilizados ou inoperantes antes mesmo
de completar dois anos de instalação.
3. NORMAS E PROCEDIMENTOS: A sociedade só será organizada se for
regida por normas. Estas deverão defender o objetivo comum e estar em
consonância com o direcionamento estratégico da empresa ou do condomínio e das
Leis maiores. Assim como toda área operacional, a segurança também requer a
constituição de procedimentos. Esses devem ser revistos sempre que necessário e
atualizados periodicamente. O cenário de segurança é dinâmico e toda segurança,
para ser efetiva, deve sempre estar à frente dos acontecimentos, ou seja, os
procedimentos deverão ter condutas operacionais para regulamentar as atividades
rotineiras, mas por sua vez, sempre deverão estar alinhadas com um planejamento
estratégico preventivo. Assim como na Lei, Normas e Procedimentos existem para
ser cumpridos e não discutidos. Todo usuário, colaborador ou operador do
sistema, poderá propor revisões ou alterações, no entanto, deve-se respeitar na
íntegra o que estiver normatizado. Somente assim, haverá harmonia e igualdade
entre o convívio social. Toda norma e procedimento deve ser amplamente
difundido entre todas as partes, para que ninguém possa em algum momento alegar
desconhecimento e ignorância.
4. TREINAMENTO: Talvez uma das partes mais importantes do processo,
porém a que menos recebe atenção. O Treinamento é o responsável pela adequada
capacitação de todos os envolvidos no sistema. Seja colaborador, usuário ou
operador. É através do treinamento que se consegue alcançar a máxima eficácia
com eficiência, pois ele é o responsável
por adequar o homem à tecnologia, o homem ao cenário, ou o homem ao
cumprimento das normas e dos procedimentos. Ele é de suma importância para dar
“liga” em todo o processo. Alinhando o operacional com o tático e o
estratégico. Toda empresa ou condomínio deverá buscar a capacitação de seus
colaboradores e o constante aperfeiçoamento. Aos vigilantes, não basta a
reciclagem regulamentar exigida pela Polícia Federal. Ela generalista e não
modela o profissional ao seu legítimo ambiente de trabalho. Somente um
treinamento específico é capaz dessa adequação. É através do treinamento que se
busca uma unidade das informações e consequentemente maiores resultados
operacionais. Recomenda-se inclusive, que na área de segurança haja antes do
inicio de cada turno de trabalho, cinco minutos no mínimo, para um “briefing”
da rotina e das últimas ocorrências. Isso pode fazer parte do processo de
“passagem de serviço” na troca de cada turno.
5. FISCALIZAÇÃO E CONTROLE: Você não faz ideia de como me entristeço
ao escrever este texto, mas 17 anos de
experiência na área de segurança patrimonial me faz pensar a agir desta forma. Fatores
como: cultura do brasileiro, baixo nível de escolaridade, formação profissional
deficiente e baixo índice de comprometimento torna a tão desejada disciplina
consciente, uma “utopia”. A alternativa
a fim de suprir essa necessidade é o investimento em liderança forte e
políticas de gestão com ações de fiscalização e controle. Somente uma equipe
com um altíssimo grau de maturidade está preparada para um cenário de
fiscalização e controle menos rigoroso. Ou seja, é necessário anos de
preparação, amadurecimento, e desenvolvimento profissional e humano para se
chegar ao patamar ideal. No entanto, até lá, a empresa deverá dispor de líderes
e gestores capazes de acompanhar a rotina, fiscalizando o cumprimento das
normas e dos procedimentos e auditando os processos a fim de detectar falhas,
vulnerabilidade e situações que possam colocar em risco toda integridade
protegida. Porém, é necessário ter a prática de tratar de forma estruturada
todos os problemas, atuando sempre na causa raiz e corrigindo-o a fim de evitar
reincidências. Hoje a maior deficiência das empresas prestadoras de serviço em
vigilância e portaria é a baixa capacitação de seus líderes e supervisores,
associada a demasiada carga de trabalho com excessivo número de postos sob a
responsabilidade de um único gestor. Os fatores que levam a prática dessas
medidas pelos prestadores de serviço são inúmeros, no entanto, para o tomador
do contrato, o suporte da gestão na fiscalização da rotina e na solução de
ocorrências, deve ser o divisor de águas. Pois a gestão é quem fecha todo
processo e dela depende a resposta para a correção de falhas e ações efetivas
que irão mitigar novas ocorrências.
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