É um prazer tê-lo como visitante. Espero que você goste dos assuntos abordados e que de alguma forma lhe seja útil.


Imitação da morte - O sensacionalismo nas mídias de TV

Trago uma matéria publicada no site do Estadão e escrita pelo jornalista Bruno Paes Manso, porque traz uma discussão muito pertinente sobre o sensacionalismo das mídias de TV sob o ponto de vista da violência urbana. É uma reportagem muito interessante que te convido agora para ler e depois deixar sua opinião. Boa leitura a todos.

Programas vespertinos que mostram violência de modo excessivo apenas contribuem para alastrá-la e não ajudam a compreendê-la


"Pode parecer absurdo, mas a invenção do enforcamento rápido e da guilhotina, no final do século 18 na Europa, é considerada por historiadores como um passo importante na direção do fortalecimento dos direitos humanos. Naquele mundo pré-iluminista repleto de torturas macabras, a criação desses instrumentos foi uma garantia de morte com menos sofrimento para os condenados à pena capital.
Eram tempos de punições públicas, executadas nas praças centrais das cidades em formação, assistidas por famílias inteiras, inclusive crianças, funcionando como eventos que ensinavam e divertiam ao mesmo tempo.
Nossos antepassados, longe de serem humanos sádicos tresloucados, viviam em sociedades sem sistemas de Justiça sofisticados como os das democracias atuais. As punições e os rituais públicos de tortura, nesse sentido, acabavam desempenhando um papel social. O criminoso era o bode expiatório. O alarde sobre sua morte ensinava, claramente, o que a sociedade não tolerava. Ao mesmo tempo, satisfazia o mórbido desejo de vingança em um mundo altamente violento.
Dos primórdios da Era Cristã até a Idade Média, podia se matar na fogueira, por sodomia ou pelo uso de métodos cujas descrições embrulham o estômago. Na Inglaterra, a exposição de corpos enforcados nos patíbulos só foi proibida em 1834, período em que as indústrias e o mercado de consumo de massa já começavam a assumir o protagonismo dos anos que viriam. No Brasil e nos Estados Unidos, nos séculos 19 e 20, os linchamentos também assumiram essa função social em substituição à Justiça.
Essa viagem ao passado, as lembranças dos tempos medievais, as meditações sobre a civilização humana e sobre as punições foram recorrentes nas últimas semanas enquanto eu assistia aos programas vespertinos de televisão que passam horas e horas noticiando crimes em busca de audiência. As últimas semanas haviam sido fartas de tragédias espetaculares, envolvendo principalmente dramas familiares na capital e Grande São Paulo.
A última ocorreu na terça-feira, quando uma mãe e seus quatro filhos morreram dentro da casa onde moravam, em Ferraz de Vasconcelos. Assassinato e suicídio estavam entre as hipóteses investigadas pela polícia. Quatro dias antes, no sábado, no Butantã, uma mãe assassinou as duas filhas e depois tentou se matar, mas não conseguiu. Acabou sendo presa em flagrante. No sábado anterior, um cabeleireiro em Cotia matou a mulher e dois filhos envenenados.
O caso que mais repercutiu havia ocorrido em agosto. O estudante Marcelo Pesseghini, de 13 anos, foi apontado como autor da morte dos pais, policiais militares, da avó e de uma tia-avó na casa onde moravam, na Brasilândia. Horas depois, o garoto se suicidou. Esses crimes, quando reproduzidos exaustivamente pela televisão, assim como acontece nos casos de suicídio, têm potencial para sugerir escolhas semelhantes a pessoas vulneráveis e deprimidas em busca de saídas para a crise pessoal que enfrentam.
Isso ficou claro para mim no dia seguinte à morte do Marcelo. Fui cobrir uma ocorrência na Brasilândia, mesmo bairro da família Pesseghini, que felizmente não publicamos. Um menino de dez anos, filho de um policial militar, havia se matado depois de brigar com a irmã. O potencial de contágio da violência também já se havia revelado nos casos dos assaltantes que queimaram dentistas sem dinheiro durante o roubo. Só mesmo por imitação um crime tão estapafúrdio como esse poderia se repetir em intervalo tão curto.
Que fazer, então? O que deve e o que não deve ser publicado? Sim. A violência existe na sociedade e cabe ao jornalismo mostrar a realidade em que vivemos. Sim. Eu sou jornalista e escrevo sobre violência. Acredito no papel pedagógico de conhecermos bem a sociedade em que vivemos, principalmente seus conflitos e problemas. Só que há limites. Resta-nos discuti-los à luz do que se acredita ser jornalismo de qualidade.
Pode-se comparar o papel do jornal e do jornalista à dinâmica de uma sessão de terapia. Quando se está em crise, diante do psiquiatra, de nada adianta falar sobre suas qualidades. É preciso revelar podres, racionalizar sobre eles, para só assim conseguir superar os problemas. O mesmo ocorre na sociedade. Conflitos sociais devem ser descritos e investigados para que possamos seguir adiante. O jornalismo, nesse sentido, deve compreender esses dramas na busca do conhecimento da sociedade sobre a qual escreve.
Não é esse o objetivo dos programas vespertinos que mostram a violência de forma excessiva. Como são jornais que buscam acima de tudo audiência, eles acabam sendo forçados a dar o que o público quer - não o que o público precisa para compreender a sociedade em que vive.
Em vez de jornalismo, acabam proporcionando entretenimento ao público sedento de justiça. Desempenham o papel que antigamente era cumprido pelos enforcamentos em praça pública. Os apresentadores vociferam contra a impunidade, clamam pela punição exemplar do bandido, criticam as autoridades. Satisfazem o desejo mórbido de vingança ao mesmo tempo em que fazem seu público se identificar com os cidadãos direitos que se indignam junto com o apresentador.
Ver a violência na televisão, assistir aos crimes impunes, compartilhar a mesma situação de impotência com o apresentador, pedir com ele a morte do bandido, parece um exercício diário para suportar o cotidiano de uma cidade sem justiça. Em vez dos enforcamentos públicos e dos linchamentos, sobra para o apresentador de televisão satisfazer o desejo de vingança. Em substituição ao Poder Judiciário, que hoje, no Brasil, parece ter a eficiência daquele que existia em tempos medievais."
Fonte:
Bruno Paes Manso, de O Estado de S. Paulo
21 de setembro de 2013 | 15h 26

MPT notifica condomínio por discriminação


MPT notifica condomínio Alphaville em Ribeirão Preto por discriminação
Empregados tinham de apresentar certidão de antecedentes criminais. Companhia que loteou área diz que norma é imposta pelos moradores.

O condomínio Alphaville em Ribeirão Preto (SP) foi notificado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por discriminação. O órgão exige que o loteamento pare de exigir a apresentação de certidão de antecedentes criminais para que prestadores de serviços e empregado possam entrar nas dependências do residencial. A companhia responsável por lotear a área disse que o local já foi entregue no ano passado para a associação de moradores, que é a responsável pela imposição das normas.
 
A notificação foi feita nesta segunda-feira (9) após o MPT receber a denúncia de que trabalhadores que prestam serviços aos moradores estavam sendo impedidos de entrar no condomínio se não apresentassem a certidão. A procuradora Regina Duarte, autora da notificação, afirma que a exigência do condomínio desrespeita a dignidade da pessoa e fere o princípio da igualdade.
 
“A defesa da propriedade não justifica a violação dos direitos mais básicos do trabalhador enquanto pessoa humana, havendo outras maneiras desse direito ser garantido”, diz em nota a procuradora. 
   
O MPT afirmou que caso o Alphaville não cumpra a recomendação, o condomínio pode ser processado. Representantes do residencial foram convocados para uma audiência no dia 17 de setembro na Procuradoria do Trabalho em Ribeirão Preto para discutir o caso.
 
Alphaville

 A construtora responsável por lotear o Alphaville em Ribeirão Preto informou que o residencial já foi entregue à associação de moradores em junho de 2012. Segundo a companhia, a atual administração do condomínio é que responde pelo controle de acesso ao empreendimento e pelas políticas de contratação de prestadores de serviço. Em relação à denúncia sobre a exigência de antecedentes criminais aos prestadores de serviço, a empreiteira afirmou que não exige esse tipo de documentação.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2013/09/mpt-notifica-condominio-alphaville-em-ribeirao-preto-por-discriminacao.html
Do G1 em Ribeirão e Franca
10/09/2013 11h28- Atualizado em 10/09/2013 11h28

Caro amigo leitor, ao replicar a publicação desta matéria, quero convidá-lo a embarcar comigo em uma discussão sobre o assunto. Gostaria que você publicasse sua opinão e seu ponto de vista sobre esse tema. Vamos fazer um debate amplo do ponto de vista social e legal. Participe, deixe aqui seu comentário.

Mais uma joalheria assaltada em um Shopping Center. Agora em Goiânia


Tiroteio durante assalto causa pânico no maior shopping de Goiânia

 Um tiroteio causou pânico entre clientes e funcionários do Shopping Flamboyant, o maior de Goiânia, no início da tarde desta segunda-feira (9). De acordo com a Polícia Militar (PM), três homens armados assaltaram uma joalheria e trocaram tiros com seguranças. Na fuga, os criminosos fizeram um taxista refém e conseguiram escapar no táxi roubado. Não há informações sobre feridos.

O assalto aconteceu por volta das 13h, no centro de compras no Setor Jardim Goiás, região sul da capital. O cantor Lucas Vieira, da dupla sertaneja Lucas e Diogo, almoçava no local quando o tiroteio começou. Com o celular, ele gravou um vídeo que  mostra pessoas deitadas no chão do shopping, entre elas uma criança. "A gente ouviu os tiros e o pessoal se jogou no chão", relatou o artista.

A cliente Luciana de Porto estava no local para pagar contas e reclamou da insegurança. "Quando comecou o tiroteio, todo mundo correu para dentro das lojas para se proteger. Os assaltantes começaram [a atirar], mas os seguranças saíram atirando sem se preocupar com quem estava dentro. As balas passaram muito perto da gente". A filha dela, Rita de Porto, de 24 anos, ficou em estado de choque e saiu do shopping em uma cadeira de rodas.

De acordo com o capitão Fábio Prates, supervisor do policiamento da capital, os assaltantes armados entraram no shopping e renderam um segurança. O trio levou o homem até uma joalheria, localizada próximo a portaria principal no primeiro piso, e lá roubou a arma do funcionário. "Eles tinham um alvo específico. Roubaram joias e relógios", disse o comandante, sem divulgar o valor dos objetos roubados.

Na porta do shopping, eles fizeram um taxista refém e fugiram no carro dele, um Corsa Sedan. Os criminosos liberaram o taxista na BR-153, no Setor Santo Antônio. Segundo a polícia, ele não sofreu ferimentos e foi levado para a delegacia para prestar depoimento.

Por meio de nota, o Flamboyant informou que investe fortemente em treinamentos e equipamentos de segurança. "O shopping atua com profissionais mistos - vigilantes armados e desarmados - estrategicamente posicionados em diferentes áreas do empreendimento. Em caso de assalto, a orientação é não reagir, mas em situações onde não envolvam riscos aos frequentadores, os seguranças armados são treinados para inibir os criminosos", diz o comunicado.  Por volta de 14h40, o shopping foi reaberto.

Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/09/tiroteio-durante-assalto-causa-panico-no-maior-shopping-de-goiania.html
09/09/2013 14h02 - Atualizado em 09/09/2013 16h12
Reportagem de Gabriela Lima e Vitor Santana Do G1 GO
 

Equipe tem prazo de validade?

Recentemente assumi o desafio de fazer a gestão de uma equipe onde logo de cara deparei com um grande desafio na gestão de pessoas.
Durante a tradicional passagem de “bastão”, meu antecessor me sinalizou a sua preocupação com alguns integrantes do time e me chamou a atenção afirmando que para ele, “equipe tinha prazo de validade”.

Ele referia-se aos inúmeros problemas de baixo rendimento e comprometimento de determinadas colegas de trabalho, mas confesso que esse pensamento me fez refletir sobre tudo o que eu havia estudado e vivenciado até os dias atuais sobre Gestão de Pessoas.
 
Na minha análise eu buscava entender porque uma equipe 100% orgânica, com todos os benefícios da categoria e que acabara de ser beneficiada a conquista de mais 30% no salário base decorrente ao aumento de periculosidade, poderia estar tão desmotivada e apresentando tantos problemas.
 
De imediato, tentei identificar se a desmotivação da equipe estava associada a alguma condição operacional do trabalho, como falta de estrutura, equipamento ou de apoio, mas não encontrei nada que justificasse uma desmotivação em cerca de 30% da equipe.
 
Passei então a uma análise das condições legais, como pagamento, remuneração, benefícios etc... Mais uma vez, nenhuma irregularidade, fato ou situação relevante.
 
Fui então analisar o perfil dos profissionais. Constatei que todos estavam perfeitamente enquadrados dentro de um parâmetro criado pela companhia e pelo próprio mercado de segurança.
 
É claro que eu não poderia deixar de considerar que a própria mudança na gestão estaria gerando certa ansiedade e expectativa na equipe, mas esse sintoma deveria ser observado após minha entrada e não ser uma análise de meu antecessor. Até porque a equipe só foi informada da minha entrada a véspera da minha contratação.
 
O que então poderia estar gerando esse clima de desinteresse e esse cenário de desmotivação com baixo comprometimento?
 
Resolvi então aplicar a técnica de causa/efeito e através do diagrama de Ishikawa fiz um novo mapeamento para  pontuar as possíveis causas raiz do problema.
 
Durante esse processo identifiquei duas vertentes que até então não havia colocado em evidência. Faltava uma reflexão sobre as políticas organizacionais e aplicação da liderança.
 
Ao aprofundar a análise dessas duas vertentes e suas relações, identifiquei que a média gestão da equipe estava com sérias dificuldades de liderança e com forte resistência, em alguns momentos até indiferença ao modelo de gestão da nova administradora.
 
Através deste diagnóstico identificamos que essa situação se colocava como a principal causa raiz do problema exatamente porque a média liderança, por não estar 100% comprometida, refletia na equipe problemas que potencializavam a desmotivação de alguns colaboradores.
 
Diante deste cenário, aplicamos algumas ações imediatas com a finalidade de:
1)      Resgatar e envolver a média gestão com os valores e propósitos da companhia;
2)      Identificar realmente os integrantes da equipe em maior grau de desmotivação;
3)      Fazer um job com essas pessoas nas diversas equipes para que a mudança por si só gerasse uma necessidade de reambientação;
4)      Desoneração da média liderança nas ações altamente operacionais, proporcionando liberdade e possibilidade de maior atenção junto ao vigilante;
5)      Provocar reações da equipe através de situações de controle e quebra de rotina.
6)      Difundir os valores da nova companhia para todos os colaboradores, aproveitando fatos do dia a dia para relacioná-los entre si.
Talvez ainda seja muito cedo para avaliar se essas ações serão realmente suficientes a médio e longo prazo. No entanto, posso assegurar que em curto prazo estão se mostrando altamente eficazes.

IC de Campinas pericia até 15 armas falsas usadas em crimes por mês

Segundo delegado, as réplicas normalmente são utilizadas por menores. Perícia é feita para constatar se a arma pode ser confundida com uma real.
O Instituto de Criminalística (IC) de Campinas (SP), que atende cinco cidades, pericia entre 10 e 15 armas falsas utilizadas em crimes por mês. Nesta segunda-feira (2), foram registrados dois casos na região de ações cometidas com réplica de pistolas, em Campinas e Indaiatuba .
Segundo diretor de perícias do IC, Nelson Patrocínio, o trabalho realizado no instituto pode ajudar um juiz na hora da decisão sobre crimes cometidos com as réplicas. “(A perícia é feita) para constatar realmente que essa arma, com as características dela, ela pode ser confundida em situações de stress pela vítima como se fosse uma arma de fogo verdadeira”, explicou.

Usadas por menores
De acordo com o delegado Roney de Carvalho, as réplicas são usualmente usadas em crimes cometidos por menores. “Mesmo assim há muitos casos em que os maiores utilizam essas armas. Até porque ela é fácil de ser comprada”, disse.
“A orientação é sempre não reagir, a pessoa deve entregar as coisas e depois deixar que a polícia faça o seu
trabalho”, comentou o delegado. No IC, as armas são medidas, pesadas e tem outras características verificadas pelo grupo de peritos.
 
Projeto
Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados prevê que a pena aplicada para roubos com uso de arma de brinquedo seja a mesma das ações feitas com as verdadeiras, que pode chegar a 15 anos de prisão. Mas a proposta ainda é analisada em comissões.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2013/09/ic-de-campinas-pericia-ate-15-armas-falsas-usadas-em-crimes-por-mes.html