É um prazer tê-lo como visitante. Espero que você goste dos assuntos abordados e que de alguma forma lhe seja útil.


Lei 12.737/2012 - Crimes de Delitos Informáticos

Abaixo tenho a honra de compartilhar na íntegra a matéria elaborada pelo colega da ABSEG (Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança), Edison Fontes, publicada em seu Blog (http://informationweek.itweb.com.br/blogs/), consultor em Segurança da Informação e que traz uma análise da Lei Federal 12.737/2012 que trata dos crimes de delitos cibenéticos.
Esse tema veio a tona quando a atriz Carolina Dieckman teve seu computador invadido e seu conteúdo divulgado publicamente.
Vamos à matéria:
 
Lei de Crimes de Delitos Informáticos. Mas a Organização precisa de Segurança da Informação.
28 de março de 2013 10:02
 
"No próximo dia 02 de Abril a Lei 12.737/2012 começa a vigorar. O que não era crime, agora será. Com esta lei o Art. 2o O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, fica acrescido do crime: “Invasão de dispositivo informático”
De uma maneira simples, com definições de dicionários mais utilizados temos:
Invasão: Ato de invadir. Entrar à força. Entrar sem permissão.
Dispositivo: Qualquer peça ou mecanismo de uma máquina destinados a uma função especial.
Informático. Referente a Informática que é o tratamento automático da informação.
Porém a lei coloca uma condição para o crime:
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
É necessário a existência de mecanismos de segurança. Ou utilizando a terminologia da Norma NBR ISO/IEC 27002:2005, é necessário a existência de um conjunto de controles de segurança da informação.
As Organizações precisam desenvolver e implantar (cada uma) o seu Processo Organizacional de Segurança da Informação, que será composto pelas Dimensões de Segurança, amparadas pelas Normas da Família ISO 27000. A Lei define o crime, mas as Organizações (e pessoas) precisam e proteger estruturadamente para que se configure o crime.
Esta lei explicita a responsabilidade que os gestores e executivos das Organizações têm (quer queiram, quer não queiram) descrita no Código Civil no seu Art. 1.011: “O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.”
Seguir boas práticas é uma ação do bom administrador que deve ser diligente nas suas atividades e decisões. Se a Organização não possuir um processo efetivo de segurança da informação, o administrador da sociedade será responsabilizado.
Para ter um Processo Organizacional de Segurança da Informação é necessária uma abordagem estruturada, organizada, planejada e executada com profissionalismo. Organização de qualquer porte pode ter o seu processo de segurança da informação. O tamanho das ações é que serão diferentes. Toda organização precisa de cópias de segurança. A forma como será feita é que será diferente para um escritório de um profissional e secretária e uma Organização de 150 mil colaboradores. Mas, tem que ter cópias de segurança.
A Lei servirá para facilitar a punição para os crimes. Mas, o Processo Organizacional de Segurança da Informação protegerá a Organização para que os crimes não aconteçam ou para a minimização da ocorrência de crimes.
Apesar do crime chamar atenção, o processo de segurança também evita ou minimiza os erros cometidos quando da utilização da informação. As diversas estatísticas apontam para 80% o percentual de impacto causados por erros. Somente o restante seriam impactos provocados por ações de má fé.
Que venha a Lei. Não é o melhor texto, como muitos advogados criticam. Mas, independentemente da lei sua Organização precisa proteger a informação. E esta necessidade de proteção é uma lei de mercado e de sobrevivência. Para proteger a informação é necessário um processo estruturado baseado na Norma NBR ISO/IEC 27002:2005. Não aposte na sorte nem no amadorismo: as consequências podem ser fatais!"
 
Prof. Ms. Edison Fontes, CISM, CISA, CRISC
Consultor em Segurança da Informação, Gestão de Risco e Planos de Contingência.

Cinco itens da boa segurança


Segurança Patrimonial é classicamente definida como um conjunto de ações e medidas que visam garantir a incolumidade física e moral de pessoas e bens (tangíveis ou intangíveis) de uma empresa ou condomínio.

Com uma visão extremamente simplista, porém lógica e objetiva, quero abordar cinco itens que devem sempre estar presentes na prática de uma BOA SEGURANÇA:

1. INFORMAÇÃO: Conforme escrito no livro A Arte da Guerra,  obra prima de Sun Tzu,  “quem tem a informação, tem o poder”. Ter a informação já é algo muito importante, mas não basta apenas ter a informação, é necessário saber o que fazer com ela. Muitos até buscam o conhecimento, mas não o aplicam adequadamente, alguns sequer sabem o que fazer com ele. A informação é a base do seu planejamento estratégico. É através dela que você irá transmitir seus métodos táticos, operacionais e retro alimentar todo o processo, permitindo uma reavaliação constante das ações adotadas, possibilitando ajustes e adequações sempre que necessário. Hoje, a internet torna a informação globalizada e online, no entanto, cada vez mais se exige da habilidade de se tratar o volume de informação a qual temos acesso. Filtrar, eliminar ruídos e separar somente aquilo que se adéqua a sua necessidade, são ações necessárias para o sucesso na aplicação da informação.

2. EQUIPAMENTOS:  É certo que como vimos acima, a informação te posicionará no cenário a qual seu negócio está inserido e te ajudará a identificar seus potenciais riscos. Diante deste levantamento, você deverá então definir que ferramentas ou equipamentos deverão ser utilizados para reduzir suas vulnerabilidades. A escolha do equipamento adequado será decisiva para te colocar em situação de vantagem diante das suas ameaças.  É muito comum empresas adquirirem tecnologias sem suporte de especialista, e com isso aumenta o risco de se adquirir um equipamento que não necessariamente será eficaz na solução de seu problema. Conhecer as vantagens e desvantagens de cada equipamento é primordial para a melhor aplicabilidade do conceito de segurança patrimonial. Toda ferramenta de segurança, sem exceção, possui um ponto franco. Ao identificá-lo se faz necessário prever outra barreira que venha suprir essa deficiência. Somente assim, você estará dificultando ao máximo uma ação criminosa. Quero chamar a atenção para um dos pontos mais críticos nos investimentos de equipamentos. A manutenção. As tecnologias possuem vida útil e dependendo do ambiente e da qualidade de sua instalação, esse tempo de duração será ainda menor. Não é difícil de encontrar ações meramente imediatistas, ou seja, investimentos que solucionam problemas de curto prazo, mas que depois ficam obsoletos e se tornam verdadeiros “problemas”. Alguns inutilizados ou inoperantes antes mesmo de completar dois anos de instalação.

3. NORMAS E PROCEDIMENTOS: A sociedade só será organizada se for regida por normas. Estas deverão defender o objetivo comum e estar em consonância com o direcionamento estratégico da empresa ou do condomínio e das Leis maiores. Assim como toda área operacional, a segurança também requer a constituição de procedimentos. Esses devem ser revistos sempre que necessário e atualizados periodicamente. O cenário de segurança é dinâmico e toda segurança, para ser efetiva, deve sempre estar à frente dos acontecimentos, ou seja, os procedimentos deverão ter condutas operacionais para regulamentar as atividades rotineiras, mas por sua vez, sempre deverão estar alinhadas com um planejamento estratégico preventivo. Assim como na Lei, Normas e Procedimentos existem para ser cumpridos e não discutidos. Todo usuário, colaborador ou operador do sistema, poderá propor revisões ou alterações, no entanto, deve-se respeitar na íntegra o que estiver normatizado. Somente assim, haverá harmonia e igualdade entre o convívio social. Toda norma e procedimento deve ser amplamente difundido entre todas as partes, para que ninguém possa em algum momento alegar desconhecimento e ignorância.

4. TREINAMENTO: Talvez uma das partes mais importantes do processo, porém a que menos recebe atenção. O Treinamento é o responsável pela adequada capacitação de todos os envolvidos no sistema. Seja colaborador, usuário ou operador. É através do treinamento que se consegue alcançar a máxima eficácia com eficiência, pois ele é o responsável  por adequar o homem à tecnologia, o homem ao cenário, ou o homem ao cumprimento das normas e dos procedimentos. Ele é de suma importância para dar “liga” em todo o processo. Alinhando o operacional com o tático e o estratégico. Toda empresa ou condomínio deverá buscar a capacitação de seus colaboradores e o constante aperfeiçoamento. Aos vigilantes, não basta a reciclagem regulamentar exigida pela Polícia Federal. Ela generalista e não modela o profissional ao seu legítimo ambiente de trabalho. Somente um treinamento específico é capaz dessa adequação. É através do treinamento que se busca uma unidade das informações e consequentemente maiores resultados operacionais. Recomenda-se inclusive, que na área de segurança haja antes do inicio de cada turno de trabalho, cinco minutos no mínimo, para um “briefing” da rotina e das últimas ocorrências. Isso pode fazer parte do processo de “passagem de serviço” na troca de cada turno.

5. FISCALIZAÇÃO E CONTROLE: Você não faz ideia de como me entristeço ao escrever este texto, mas  17 anos de experiência na área de segurança patrimonial me faz pensar a agir desta forma. Fatores como: cultura do brasileiro, baixo nível de escolaridade, formação profissional deficiente e baixo índice de comprometimento torna a tão desejada disciplina consciente, uma “utopia”.  A alternativa a fim de suprir essa necessidade é o investimento em liderança forte e políticas de gestão com ações de fiscalização e controle. Somente uma equipe com um altíssimo grau de maturidade está preparada para um cenário de fiscalização e controle menos rigoroso. Ou seja, é necessário anos de preparação, amadurecimento, e desenvolvimento profissional e humano para se chegar ao patamar ideal. No entanto, até lá, a empresa deverá dispor de líderes e gestores capazes de acompanhar a rotina, fiscalizando o cumprimento das normas e dos procedimentos e auditando os processos a fim de detectar falhas, vulnerabilidade e situações que possam colocar em risco toda integridade protegida. Porém, é necessário ter a prática de tratar de forma estruturada todos os problemas, atuando sempre na causa raiz e corrigindo-o a fim de evitar reincidências. Hoje a maior deficiência das empresas prestadoras de serviço em vigilância e portaria é a baixa capacitação de seus líderes e supervisores, associada a demasiada carga de trabalho com excessivo número de postos sob a responsabilidade de um único gestor. Os fatores que levam a prática dessas medidas pelos prestadores de serviço são inúmeros, no entanto, para o tomador do contrato, o suporte da gestão na fiscalização da rotina e na solução de ocorrências, deve ser o divisor de águas. Pois a gestão é quem fecha todo processo e dela depende a resposta para a correção de falhas e ações efetivas que irão mitigar novas ocorrências.

Assalto em Condomínio - Case 23 Mar 13

Reportagem: Bandidos fazem arrastão em prédio na região dos Jardins e roubam mais de R$ 10 mil.
Folha On Line - 24/03/2013 - 13h38, por: SIDNEY GONÇALVES DO CARMO DE SÃO PAULO

Um grupo de homens armados invadiu e fez um arrastão em um prédio na região dos Jardins, na zona oeste de São Paulo, na noite de sábado (23). Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o assalto aconteceu por volta das 20h, na alameda Jaú. 
A polícia informou que os bandidos utilizaram um carro (Honda Fit) com placa clonada de um dos moradores para entrar no edifício. 
Após entrarem, os assaltantes fizeram o zelador de refém e abriram o portão para que mais um carro, não identificado, entrasse também. 
Ao todo, dez homens participaram da ação. 
No local, os criminosos roubaram o computador que continha as imagens da câmera de segurança do prédio. 
Segundo a polícia, eles renderam moradores e os mantiveram confinados no apartamento do zelador, que fica no térreo. 
Organizados, os assaltantes levaram um morador por vez para realizar o roubo nos apartamentos. 
Ao todo, foram roubados cartões bancários, bolsas, documentos, joias, celulares, relógios de pulso e uma quantia de pelo menos R$ 10.500, sendo U$ 1.150 (cerca de R$ 2.300), 2.000 euros (cerca de R$ 5.230) e R$ 3.000. 
De acordo com a polícia, nenhum morador foi agredido ou amarrado durante a ação. Por enquanto, apenas oito vítimas compareceram ao 78° DP (Jardins), onde o caso foi registrado, para prestar depoimento. 
O caso deve ser investigado pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

OUTRO CASO: No dia 1º de março, cinco homens usaram uniformes da Polícia Federal para assaltar um condomínio na Liberdade, no centro de São Paulo. Um zelador e moradores foram feitos reféns. Foram roubados celulares e uma quantia em dinheiro não informada. O bando levou os computadores com imagens das câmeras de segurança. Ninguém foi preso.

2012: No ano passado, ao menos 17 casos foram registrados pela Polícia Civil, a maioria deles na zona oeste e região central de São Paulo. No dia 10 de setembro, bandidos aproveitaram o feriado prolongado para roubar um prédio de alto padrão, na zona leste da capital. O porteiro autorizou a entrada de uma integrante da quadrilha, que dirigia um carro igual ao de uma moradora. Oito homens em dois veículos entraram na sequência, armados com pistolas e fuzis. Três das 12 unidades foram roubadas.

Comentários:

O assalto a condomínios é uma modalidade de crime que requer dos criminosos uma perícia diferenciada, pois o risco do insucesso é grande, quando considerado a possibilidade de serem descobertos durante a ação.
Por outro lado, os marginais contam com a colaboração de funcionários e moradores, que iludidos pela falsa sensação de segurança ou pela fuga incontrolada de informações, negligenciam nos procedimentos ou agem imprudentemente na rotina, certos de que nada irá acontecer.
Como podemos ver na reportagem acima, a organização dos criminosos nos faz crêr que toda ação foi minuciosamente planejada.
O uso de um carro clonado, o controle emocional dos criminosos (não agrediram e nem amarraram as vítimas) e a certeza do sucesso, são indícios de ações premeditadas.
A rotina na segurança ou o não cumprimento de medidas eficazes, contribuiu para que o zelador liberasse a entrada do veículo clonado. A verificação adequada e a confirmação de quem está realmente conduzindo o veículo são procedimentos que poderiam ter evitado a ação.
Outra falha no planejamento da segurança é sem dúvida o local de armazenamento do servidor de imagens do CFTV. A guarda deste equipamento deve ser em local inacessível ao porteiro. Ainda se recomenda um monitoramento e gravação remota, assim, seria possível hoje se ter imagens dos criminosos e com isso facilitar as investigações policiais.

Como esconder objetos no interior do carro


Como esconder objetos de valor dentro do carro?


Se você estaciona na rua e não quer ficar carregando objetos de valor, é bom saber onde e como escondê-los dentro do carro. Leia as dicas abaixo para evitar riscos e ficar tranquilo.





Passos
1. Antes de sair, avalie que elementos de valor estão dentro do carro.
2. Pense se realmente é preciso levá-los em função dos seus compromissos do dia e só deixe no carro o que for realmente indispensável.
3. Avalie o que pode ser guardado no porta-luvas ou na mala, e considere os espaços embaixo dos bancos como uma terceira opção.
4. Retire tudo que estiver nesses lugares e não for necessário levar, para deixar mais espaço livre.
5. Esconda todos os elementos de valor nesses espaços. Se colocar alguma coisa sob os bancos, tome cuidado para que nada fique à vista.
6. Leve em conta que objetos pequenos, como um MP4, devem ser colocados dentro de recipientes, caixas ou sacolas, para não se perderem nem estragarem.




Importante
Se você esconder algum objeto de valor dentro de uma sacola ou embalagem descartável, lembre-se disso antes de jogá-la fora.

Fonte: www.viacertanatal.com.br
Publicado em 18.03.2013

Cuidados nos semáforos - Segurança Pessoal


O problema dos assaltos, abordagens em semáforos, passagem em baixa velocidade em locais considerados de risco. Sempre que há instalação do aparato eletrônico para fiscalização de velocidade, semáforo, parada sobre a faixa a questão da segurança pública é levantada.
Até projetos de Lei já foram apresentados com a finalidade do desligamento de tais equipamentos em determinados horários, o que também se constitui num perigo, pois essa providência é indiretamente um falso indicativo de que o desligamento seria uma autorização para desobediência às regras de trânsito, o que não é verdadeiro, e pelo contrário, pode constituir-se num fator de risco de acidentes por esse suposto salvo-conduto.
Essa situação também ocupa espaço e tempo das delegacias com registros feitos por pessoas que supostamente teriam risco de assalto, mas que podem estar usando a máquina pública apenas para defender-se de autuação que recebeu por cometimento de infração de trânsito, e a Autoridade policial não pode recusar a fazer o registro, mas também não teria a menor condição de investigar.
Solução: Fazer um levantamento de locais usualmente apontados como arriscados para obediência das regras de trânsito, bem como orientar os usuários do comportamento para evitar ficar parado no semáforo (p.ex.) para não correr riscos mas não deixar de obedecer as regras de trânsito.

Fonte: www.viacertanatal.com.br
16 MARÇO 2013
Reportagem de Marcelo Araújo

Guerra entre 'EUA' e 'Al Qaeda' leva terror a João Pessoa

Bairros inimigos, condomínios populares que se atacam, brigas de torcidas. Capital líder em homicídios de negros do país, João Pessoa é uma cidade dividida.
No coração dos conflitos, centrados na periferia, estão grupos que controlam diferentes áreas da cidade: a "Okaida", nome inspirado na rede terrorista Al Qaeda, e os "EUA", inimigos da Okaida.
Nessa disputa batizada pelo principal conflito mundial deste século, a história se resume à luta pelo comando do tráfico ou de presídios, diz a polícia. Mas moradores da periferia relatam que o problema é mais profundo e se nutre da rivalidade entre bairros.
Sob ameaça de morte, jovens são proibidos de frequentar espaços visados por jovens de áreas rivais, ainda que não tenham ligação com o crime. Pichações das gangues marcam cenas de homicídios.
A briga entre torcidas organizadas também estimula a violência, dizem moradores. Apesar de torcerem para o mesmo time, o Botafogo-PB, a Torcida Jovem da Paraíba e a Fúria Independente são de bairros rivais, e mobilizam centenas de jovens.
Para a polícia, o ódio entre bairros é fomentado por traficantes para forçar jovens vulneráveis a entrar nas facções. "Perguntamos o por quê do encantamento com facções e o próprio jovem não sabe dizer", diz Andrezza Gomes, 22, da Pastoral do Menor.
MORTES DE NEGROS
João Pessoa registrou 518 mortes violentas em 2012. Para a Polícia Civil, metade está ligada ao tráfico e à disputa entre os grupos.
O Mapa da Violência 2012, que computa homicídios de 2010 registrados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mostra que, para cada homicídio de branco, 29 negros são mortos na cidade.
É a capital com a maior taxa de homicídios de negros do país: 140,7 por 100 mil negros. A taxa nacional é quatro vezes menor, 36.
O estudo considera negro a somatória de quem se declara preto e pardo ao IBGE.
O governo do Estado reconhece que os números apontam uma tendência, mas diz que pode haver diferença entre dados do IBGE, em que o entrevistado declara sua cor, e os do SUS, em que o médico atesta a cor da vítima.
Para o historiador e militante negro Danilo da Silva, a Paraíba vive um "genocídio" da população negra.
Não se trata, porém, de um confronto armado entre raças, mas de enfrentamento entre os próprios moradores da periferia da capital. Silva aponta a "omissão do Estado na periferia", que não se empenharia para resolver os crimes, como o componente que permite essa situação.
"É como se o envolvimento no tráfico justificasse tudo: morreu, foi coisa boa. Mas nem todos estão envolvidos." Estudante, pedreiro, capoeirista e negro, Edjackson da Silva Ferreira, 17, foi morto no último dia 20 no condomínio onde vivia com a mãe, no bairro do Valentina, um dos mais violentos da capital.
Moradores do condomínio rival invadiram o local e atiraram em Ferreira apenas para "não perder a viagem", porque não encontraram seus alvos, dizem pessoas próximas.
"Ele não era do tráfico", afirma o professor de capoeira João Paulo Pereira, 28. Desde então, tiros entre os condomínios são quase diários. Até semana passada, ninguém havia sido preso.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1247559-guerra-entre-eua-e-al-qaeda-leva-terror-a-joao-pessoa.shtml

Reportagem de:
REYNALDO TUROLLO JR.
ENVIADO ESPECIAL A JOÃO PESSOA

Bate-boca entre PM e vigilante de banco termina na delegacia no DF

Policial fardado e armado não quis apresentar identificação ao vigilante. Na confusão, homem foi preso por furtar celular; agência foi fechada.
Um bate-boca entre um tenente da PM do Distrito Federal e o vigilante de uma agência bancária, no Setor Central do Gama, a 30 quilômetros de Brasília, provocou o fechamento da agência nesta segunda-feira (11). Três funcionários da agência e o policial militar foram parar na 14ª delegacia.
De acordo com a ocorrência, o oficial, do 26º Batalhão da PM, chegou ao banco na hora da abertura, às 11h, e ao tentar passar na porta giratória foi barrado porque estava armado. Apesar de o policial estar fardado, o vigilante exigiu a identificação dele, alegando que é norma do banco. O tenente se negou a mostrar o documento, o que deu início à confusão.
Segundo o Sindicato dos Bancários do DF, a gerente da agência tentou conversar com o policial. Um homem aproveitou a discussão para furtar um celular que estava no depósito da porta giratória, mas acabou preso no banheiro da agência e também foi levado para a delegacia.
Uma carro da PM levou os envolvidos para prestar depoimento. Os funcionários contaram com o apoio dos advogados do banco e do sindicato. Segundo a assessoria da Polícia Militar, a ocorrência demorou cerca de uma hora. Mas o diretor do sindicato dos bancários, Sandro Silva Oliveira, disse que os funcionários do banco ficaram na delegacia até as 16h.
"Foi um estresse emocional muito grande, ninguém tinha condições de trabalhar. Além disso, foi uma forma de protestar contra a decisão do policial em não apresentar a identificação, o que é uma norma", disse Oliveira.
De acordo com a assessoria da PM, não existe orientação sobre a obrigatoriedade de o policial apresentar documento de identificação nesse tipo de circunstância. A PM, no entanto, que é recomendável que o policial apresente identificação quando ela for solicitada. A PM não informou se o policial receberá algum tipo de punição sobre a conduta.
Após prestarem depoimento, os envolvidos na confusão assinaram um termo circunstanciado de ocorrência, que é o registro de um fato tipificado como infração de menor potencial ofensivo, e foram liberados.

Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/03/bate-boca-entre-pm-e-vigilante-de-banco-termina-na-delegacia-no-df.html

Quadrilha presa monitorava família de vítimas antes de agir


Suspeitos eram especializados em seqüestrar gerentes de bancos. Grupo foi detido em Barão dos cocais com material sobre a próxima vítima.
Seis homens e uma mulher foram presos suspeitos de extorsão mediante seqüestro em Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Civil, atualmente a quadrilha pretendia seqüestrar um gerente de banco da cidade de Barão dos Cocais, na Região Central de Minas Gerais. Eles estariam no município há cerca de 20 dias acompanhando a rotina do gerente e de sua família. O grupo foi apresentado na tarde desta segunda-feira (11).
Segundo a polícia, dois integrantes da quadrilha foram presos em flagrante no início de fevereiro, quando quatro homens seqüestraram uma gerente de uma agência bancária junto ao marido e a empregada doméstica, na cidade de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na ocasião, os outros dois suspeitos conseguiram  fugir, mas, no fim do mês, um deles foi preso na Região da Pampulha, enquanto jantava em um restaurante usando documentos falsos e um carregador de pistola.
De acordo com as investigações da polícia, atualmente a quadrilha foi impedida de prosseguir com os crimes quando uma operação policial descobriu os planos do grupo na cidade de Barão dos Cocais, onde foram presos.
Junto à quadrilha foi apreendido o material usado para planejar os roubos, como fotos e anotações da rotina da família do gerente. Os suspeitos pretendiam roubar R$ 700 mil da agência, segundo a polícia.
A corporação informou que, na quadrilha, teria um condenado a mais de cem anos de cadeia. Ele era foragido desde setembro da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac). Ele teria mais de cem anos de condenação por diversos crimes.
O grupo vai responder por extorsão mediante seqüestro, formação de quadrilha, porte ilegal de arma, uso de falso documento e arma.
Fonte: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2013/03/quadrilha-presa-em-mg-monitorava-familia-de-vitimas-antes-de-agir.html

Bancos perdem até R$ 3,1 bi com fraudes e gastam R$ 4 bi com segurança

Os dez maiores bancos brasileiros perderam entre R$ 2,9 bilhões e R$ 3,1 bilhões com fraudes financeiras no ano passado, segundo estudo da consultoria Accenture.
Essas perdas equivalem a 5,7% do lucro dessas instituições no ano passado. Incluem desde crimes eletrônicos até assaltos a agências, desvios e fraudes internas.
Junto com a inadimplência e as ineficiências operacionais, as fraudes estão entre os maiores custos das instituições financeiras, que dificultam uma redução maior das margens nos empréstimos, segundo os bancos.
No ano passado, o setor financeiro estima ter investido perto de R$ 20 bilhões em tecnologia da informação. Desse total, cerca de 20% --R$ 4 bilhões-- estão relacionados à prevenção de fraudes.
A maioria dos desvios é em transações por meios eletrônicos, como internet banking, cartões, caixas eletrônicos e celulares.
Segundo Carlos Alberto Costa, diretor de Segurança da Informação da Accenture, os delitos são conduzidos por quadrilhas especializadas em crimes eletrônicos, que recrutam hackers profissionais (muitos deles localizados fora do país) e que são financiadas pelo narcotráfico e organizações mafiosas de alcance internacional. "O crime organizado financia as fraudes eletrônicas."
O canal mais vulnerável aos ataques são os call centers, que ainda têm condições limitadas para identificar os clientes: as identidades são baseadas em dados como endereço, data de nascimento e nome dos pais --que podem ser obtidos pelas quadrilhas.
As fraudes mais comuns, no entanto, são por meio de grampos das ligações dos usuários, o que está fora do controle dos bancos e das empresas de call center.
Também cresceram no ano passado os ataques físicos aos caixas eletrônicos, que estão expostos a vandalismo e a explosivos.
Apesar de ter histórico maior de fraudes, o internet banking é hoje um dos canais mais seguros para as transações eletrônicas nos bancos, que investiram em tokens (aparelho que emite senhas aleatórias) e em uma série de cruzamento de dados para evitar ataques.
A maior vulnerabilidade dos sites dos bancos, no entanto, são os ataques por sobrecarregamento de usuários, como os que "tiraram do ar" no ano passado os sites das principais instituições.
O ataque não chega às transações propriamente ditas, mas às homepages dos bancos, que recebem milhões de acessos simultâneos a ponto de ficarem lentos ou inacessíveis por horas.
Para Tales Sian Lopes, diretor de Gestão de Riscos da Accenture, a bancarização e a expansão rápida dos meios eletrônicos colocaram o Brasil no mapa internacional das fraudes eletrônicas. "Mas o Brasil não deve nada em relação aos demais países na prevenção e na tecnologia utilizada para coibir os fraudadores."

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1247436-bancos-perdem-ate-r-31-bi-com-fraudes-e-gastam-r-4-bi-com-seguranca.shtml
Reportagem de: TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO
Publicada em: 16/03/2013 - 03h55

Mapa da Violência 2012

Brasília – De cada três mortos por arma de fogo, dois estão na faixa dos 15 a 29 anos, é o que mostra o Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo. O estudo, divulgado com exclusividade pela Agência Brasil, diz que os jovens representam 67,1% dos mortos por arma de fogo.

As informações se referem ao período de 1980 a 2010 e revelam que, em 30 anos, um total de 799.226 pessoas morreram vítimas de armas de fogo. Desses, 450.255 mil eram jovens entre 15 e 29 anos de idade. A pesquisa, feita pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, analisou as mortes por armas de fogo decorrentes de agressão intencional de terceiros (homicídios), autoprovocadas intencionalmente (suicídios) ou de intencionalidade desconhecida, cuja característica comum foi a morte causada por arma de fogo.

De acordo com a pesquisa, a análise dos dados de morte de jovens no ano de 2010, mostra que as armas de fogo são a principal causa de morte no próprio segmento. Neste ano, foram registradas 75.553 mortes de jovens de 15 a 29 anos de idade, sendo que um terço (22.694) foi decorrente do uso de arma de fogo. "Bem longe da segunda causa: os acidentes de trânsito, que representam 20% da mortalidade juvenil", diz a pesquisa.
A pesquisa mostra que a maior parte dos homicídios resulta da chamada "cultura da violência". Os dados contrariam a "visão amplamente difundida, principalmente nos meios ligados à Segurança Pública, de que a violência homicida do país se encontra imediatamente relacionada às estruturas do crime e mais especificamente à droga".
A afirmação se ancora em pesquisa do Conselho Nacional do Ministério Público, divulgada em 2012, e elaborado a partir de inquéritos policiais referentes a homicídios acontecidos em 2011 e 2012 em 16 Unidades da Federação. O levantamento apontou que as maiores causas de homicídios  decorreram de motivos fúteis, como "brigas, ciúmes, conflitos entre vizinhos, desavenças, discussões, violências domésticas, desentendimentos no trânsito."
A pesquisa mostra que a maior parte dos homicídios resulta da chamada "cultura da violência". Os dados contrariam a "visão amplamente difundida, principalmente nos meios ligados à Segurança Pública, de que a violência homicida do país se encontra imediatamente relacionada às estruturas do crime e mais especificamente à droga".
A afirmação se ancora em pesquisa do Conselho Nacional do Ministério Público, divulgada em 2012, e elaborado a partir de inquéritos policiais referentes a homicídios acontecidos em 2011 e 2012 em 16 Unidades da Federação. O levantamento apontou que as maiores causas de homicídios  decorreram de motivos fúteis, como "brigas, ciúmes, conflitos entre vizinhos, desavenças, discussões, violências domésticas, desentendimentos no trânsito."A afirmação se ancora em pesquisa do Conselho Nacional do Ministério Público, divulgada em 2012, e elaborado a partir de inquéritos policiais referentes a homicídios acontecidos em 2011 e 2012 em 16 Unidades da Federação. O levantamento apontou que as maiores causas de homicídios  decorreram de motivos fúteis, como "brigas, ciúmes, conflitos entre vizinhos, desavenças, discussões, violências domésticas, desentendimentos no trânsito."
"Temos uma epidemia de violência em todo o Brasil e sabemos o perfil de quem ela atinge mais: são jovens, negros e, geralmente, de baixa renda," disse para a Agência Brasil o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo estudo. Entre as causas da morte por arma de fogo entre os jovens, Waiselfisz  indica o abandono da escola e a baixa inserção no mercado de trabalho. "Hoje temos 9 milhões de jovens que não estudam, não trabalham e que estão vulneráveis a situações de violência", disse.
A impunidade também foi apontada como fator importante, tanto para as mortes de jovens, quanto para a população em geral. "O índice de elucidação dos crimes de homicídio é baixíssimo no Brasil. Estima-se, em pesquisas feitas, inclusive a da Associação Brasileira de Criminalística feita em 2011, que [a elucidação] varie entre 5% e 8%. Esse percentual é 65% nos Estados Unidos, no Reino Unido é 90% e na França é 80%," diz a pesquisa.

O Poder do crime organizado nas cadeias

Crias do caos prisional e tratados com indiferença por governos que teimaram em negar publicamente sua existência, as facções criminosas encontraram espaço para crescer e se fortalecer no Brasil. A recente onda de violência em Santa Catarina, que já alcançou 37 municípios e mais de uma centena de ataques, obrigou autoridades locais a reconhecerem mais uma organização gestada nas entranhas do Estado. O Primeiro Grupo Catarinense, que se autodenomina PGC ao ordenar de dentro das cadeias os atentados nas ruas, soma-se a um mosaico de siglas que, de tempos em tempos, aterroriza a população. Do CV, abreviação de Comando Vermelho, criado em 1979 em Ilha Grande (RJ), até os dias atuais, há pelo menos 13 grupos no país merecedores da atenção dos setores de inteligência da segurança pública. ...
Em Foz do Iguaçu (PR), uma organização chamada Primeiro Comando Paranaense foi mapeada pelos órgãos de segurança. Em cadeias de São Luís e do interior, ficou confirmada a existência do Primeiro Comando do Maranhão. Na Bahia tem um braço forte do Pr
Que bom tê-lo aqui!imeiro Comando da Capital, conhecido por PCC, nascido na Casa de Custódia de Taubaté (SP). Sem contar as brigas internas que geraram, no Rio de Janeiro, os Amigos dos Amigos (ADA), os Inimigos dos Inimigos (IDI), os Amigos de Israel (AI), entre outros. Com exceção de um ou outro, seriam bandos indignos da preocupação estatal ou subestimá-los significa repetir um erro cometido no passado?
Policiais, procuradores e promotores de Justiça, administradores penitenciários, entidades ligadas à questão prisional, parlamentares e acadêmicos ouvidos pelo Correio são cuidadosos em tratar do assunto. Muitos exigem o anonimato e evitam pronunciar as siglas. É unânime, entretanto, a opinião da necessidade de vigilância total. Diretor-geral do Departamento Penitenciário do Paraná, Maurício Kuehne não esconde a realidade. "Reconhecemos que existem facções criminosas dentro dos presídios, mas não entramos em detalhes por uma questão de segurança. Posso dizer que eles são monitorados", afirma Kuehne, que é promotor de Justiça aposentado.
Em Santa Catarina, o PGC surgiu em 2003, segundo o promotor de Justiça Alexandre Graziotin, coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do estado. De acordo com ele, há outras facções menores e pelo menos dois terços da massa carcerária estão ligados a algum grupo. "Virou uma questão de sobrevivência dentro das unidades estar associado a alguma liderança." O promotor explica que o PGC foi criado por detentos que retornaram às cadeias catarinenses depois de uma temporada em presídios federais. "Lá, tiveram contatos com membros do PCC e trouxeram a ideia, tanto que o estatuto é muito semelhante", diz.
Apesar das informações coletadas, Graziotin ressalta as dúvidas que ainda pairam sobre o grupo. "Sabemos que há um comando, disciplina, repasse de informações. Mas de onde vem o dinheiro e se a prática criminosa dos membros é independente ou se eles se reúnem são alguns dos pontos em apuração", afirma. O deputado federal Domingos Dutra, relator da CPI do Sistema Carcerário, destaca que, mais ou menos organizadas, as facções estão presentes em praticamente todo o país. No relatório feito pela comissão, que visitou presídios de Norte a Sul em 2009, estão provas inequívocas da existência dos grupos organizados.
No Mato Grosso do Sul, em letras douradas, o grupo flagrou uma mensagem de Feliz Natal assinada pelo Primeiro Comando de Mato Grosso do Sul na parede do pátio do presídio. Em uma unidade do Ceará, a comissão encontrou um corpo pendurado em uma corda, com um cadeado na boca e um cartaz no pescoço escrito PCC — interpretado como um recado para ficarem de boca fechada. Na Bahia, foram levantadas informações de que a mesma facção havia pagado inscrições do concurso para agente penitenciário a "irmãos". Os funcionários são peças-chave para garantir a entrada de celulares, armas e drogas nas cadeias.

Impunidade

Procurador de Justiça de São Paulo, Gabriel César Inellas ressalta que a corrupção está no cerne dessas organizações. "O problema é a impunidade. O mau policial, o mau agente penitenciário e os próprios criminosos sabem que nada acontecerá. As penas estão cada vez menores, estamos brincando de combater a violência", lamenta. Ele não se constrange em admitir o poderio do PCC, lembrando que outras organizações históricas só que menos conhecidas, como os Serpentes Negras, praticamente morreram. Padre Valdir Silveira, coordenador da Pastoral Carcerária, cita outras. "A Seita Satânica está reduzida a uma ou duas unidades. Também não vemos muito o Terceiro Comando da Capital."
Padre Valdir ressalta que a tendência é de fortalecimento das facções. "Com o superaumento da população carcerária sem as mínimas condições, as pessoas vão se organizar para se sobrepor ao Estado", diz. Para o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), delegado da Polícia Federal e membro da Comissão de Segurança Pública da Câmara, a criação dos grupos vem da situação degradante a que o preso é submetido e da ganância pelo dinheiro fácil. Ele apresentou projetos para coibir o avanço dos grupos. Um deles estabelece para o Brasil um regime de disciplina dentro das penitenciárias inspirado no modelo norte-americano. "Interfone para o preso falar com advogado, banho de sol sozinho, fim de visita íntima. É preciso desorganizá-los."

Legislação

Enquanto o país assiste a ondas de violência capitaneadas por facções criminosas — como a enfrentada por São Paulo no ano passado, com saldo de mais de 300 mortos em três meses; ou os ataques a ônibus, carros e bases da polícia no Rio de Janeiro, em 2010 —, a legislação penal não prevê sequer a existência de tais grupos. O Projeto de Lei 6.578/2009, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, tipifica as organizações criminosas, atualizando conceitos ultrapassados de bando ou quadrilha, da década de 1940, e aumentando as penas. A punição passa a ser de três a oito anos de prisão. Hoje, é de um a três anos.
Se aprovado na CCJ, seguirá ao plenário do Senado e, depois, caso não haja modificações, para sanção presidencial. "Assim, alcançaremos essas organizações que atuam nos presídios e aquelas ligadas ao tráfico de drogas, ambas com impacto na desestabilização da segurança pública", destaca Marivaldo Pereira, secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça. O governo federal considera o projeto prioritário.
"O problema é a impunidade. As penas estão cada vez menores, estamos brincando de combater a violência"

Gabriel César Inellas, procurador de Justiça de São Paulo
Coleta de dados

Os dados sobre tais facções estão no relatório da CPI do Sistema Carcerário, feito pela Câmara dos Deputados em 2009; em investigações das polícias estaduais e Federal; em relatórios dos ministérios públicos estaduais e na troca de informações entre instâncias do Judiciário para viabilizar transferências de presos perigosos para penitenciárias federais de segurança máxima. Entidades de direitos humanos que lidam com a questão prisional e pesquisadores do tema também auxiliaram.
Por Renata Mariz
Fonte: Correio Braziliense